A história de Rebeca - Bullying e cyberbullying
Rebeca era uma criança comum,
brincava , conversava, mas isso só até os dez anos.
Bom, Rebeca tinha seus oito ou
nove anos, na escola era tudo normal, tinha muitos amigos, gostava dos
professores, em casa, com a família era “as mil maravilhas”. Mas quando
completou dez anos descobriu que portava uma doença muito grave, que traria
problemas pra ela de agora em diante.
Um dia ela se sentiu muito mal,
teve náuseas, tonturas, entre outros sintomas, seu pai a levaram ao médico e
este pediu alguns exames pra ela fazer. Após fazer os exames, ficou em
observação e foi para casa. No dia seguinte retornou ao médico com esperança de
não ser nada grave, ela estava apreensiva e seus pais também, pois ela nunca
tinha passado mal igual aquele dia. Quando entraram no consultório do médico,
perceberam que a cara do doutor não era muito boa, e ficaram mais apreensivos.
O médico não sabia como dar a notícia pra menina e para seus pais, mas tomou
coragem e contou de uma vez que a Rebeca tinha CÂNCER, isso mesmo, uma menina
de dez anos com câncer esôfago. A notícia “derrubou” a todos, para ela que já
entendia o que significa câncer foi como se seu mundo acabasse ali, a vontade
dela era de morrer, aliás na cabeça dela ela iria morrer a qualquer momento.
Foram necessários calmantes para ela e a mãe
. Depois de algumas horas eles já
estavam em casa, Rebeca foi correndo abraçar sua avó, e ela sem entender nada
retribui o abraço, mas logo percebeu que Rebeca chorava muito, e perguntou o
que estava acontecendo, e a mãe de Rebeca contou que ela estava com câncer. A
avó logo entrou em desespero também, com o passar dos dias Rebeca não queria ir
à escola, mas sua mãe entendeu, porém depois de uma semana a fez ir para
escola. E quando chegou lá sua amiga Ana Paula correu abraçá-la e perguntou o
que tinha acontecido, e Rebeca contou achando que poderia confiar nela, mas ela
se enganou feio, pois além de Ana ter se afastado dela, contou para a escola inteira
o que tinha acontecido. A partir daí Rebeca só piorou, ficou sem amigos e até
alguns professores viraram as costas pra ela, e logo começou o Bullying,
começaram a chamá-la de doente, fraca, impossibilitada, algumas pessoas até
batia nela, outras caso se encostassem nela falavam que iriam se lavar com
desinfetante, pois não queriam pegar doença de uma menina suja e nojenta.
No dia seguinte foi pior, pois
não queriam a deixa-la entrar em sala, pois falavam que se ela entrasse iria
passar doença pra eles. Rebeca saiu correndo e chorou muito, e quando tentou
entrar de novo deixaram-na entrar, mas a fizeram sentar sozinha em um canto que
era sujo, bem no fundo da sala. Quando sua mãe foi buscá-la a encontrou sentada
no chão, machucada e chorando, pois haviam batido nela novamente. Ela falou pra mãe que ela havia caído, pois
não queria que sua mãe soubesse que ela era humilhada. No carro com sua mãe
depois de ter se acalmado, ficou sabendo que iria para sua primeira sessão de
quimioterapia. Nessa hora Rebeca começou a chorar muito, muito mesmo, pois
sabia que ela iria passar mal, e em pouco tempo seu cabelo iria cair, e ela
tinha um cabelo lindo, ruivo, mas mesmo assim foi. A sessão foi exatamente como
ela imaginou, pois passou muito mal depois.
Ao voltar pra casa entrou no quarto e ficou
lá, sem sair para comer e nada mais, apenas saiu para ir ao banheiro. Quando
seus familiares descobriram que ela tinha câncer, todos se afastaram, e ela
acabou sofrendo Bullying pelos seus primos, eles falavam pra ela que ela iria
morre muito rápido, que ela ficaria feia e etc. Um mês se passou e Rebeca
continuava excluída na escola, mas as agressões físicas e verbais tinham
diminuído, porém o pior ainda estava por vim. Rebeca começou a ficar careca,
quando percebeu que seu cabelo estava caindo entrou em choque, aí sim ela falou
que não iria mais pra escola, que não iria mais sair de casa. Sua mãe não
deixou, pois ela deveria estudar, e sua mãe ainda não sabia que ela sofria
Bullying. Quando foi pra escola no dia seguinte ela foi com um lenço na cabeça,
pois ela tinha raspado todo seu cabelo no dia anterior, e assim que ela chegou
ficaram olhando pra ela, e do nada passou um menino correndo e arrancou seu
lenço, nessa hora ela ficou em choque sem saber o que fazer, e todos começaram
a rir dela, até mesmo professores. Ela ficou desesperada e saiu correndo pra
fora e foi pra casa, quando chegou sua mãe se assustou e perguntou o que
aconteceu, ela apenas correu para seu quarto, quando sua mãe subiu ela estava
muito nervosa, e novamente sua mãe perguntou o que aconteceu, e ela contou tudo
desde o começo. Foi quando sua mãe percebeu o quanto ela estava mais fraca e
debilitada, mas sua mãe achava que era pela doença, e realmente era, porém as
agressões só pioravam a situação. No mesmo dia a mãe de Rebeca foi à escola, e
conversou com o diretor e ele falou que não poderia fazer nada, que era melhor
mudar ela de escola. Mas não tinha outra escola além daquela. Rebeca ficou um
mês sem ir para a escola, estava um pouco melhor, foi quando resolveu criar uma
conta na rede social (facebook), criou e foi adicionar pessoas, imediatamente
recebeu vários convites das pessoas de sua escola, e ela inocentemente aceitou
a todos, mas logo se arrependeu, pois viu que algumas pessoas filmaram o que
aconteceu na escola. E viu como tinha comentários maldosos, falando que ainda
bem que ela não está mais na escola, que ela deveria morrer, outros falavam que
ela morreria mesmo. Logo depois apareceu montagem dela careca, com legenda do
tipo “eu sou uma aberração” e etc.
Com isso ela se deprimiu mais
ainda, mas não para por aí, depois de uns dias as fotos continuaram e pessoas
começaram a passar na frente da casa dela e falavam mal dela muito alto,
falavam que ela iria morrer, mas deveria apressar o processo se matando. E ela
não estava mais aguentando aquela situação, assim se passaram oito meses. O médico
pediu um exame para ela, e ela fez, e no mesmo dia ficou sabendo do resultado.
Ela estava curada, mas deveria tomar alguns remédios. Ela ficou muito feliz. Em
uma semana voltou para a escola, e enfrentou todos.
Um mês depois tomando os remédios
que o médico receitou ela notou que engordou, mas não viu problemas nisso.
Passaram-se dois meses, aí sim a situação saiu um pouco fora de controle, ela
engordou muito, 20 quilos para ser exata. E com isso as pessoas voltaram a
fazer Bullying com ela, e pra ela era horrível ver meninas com doze anos com um
corpo magro e já formado e ela gorda, e as meninas não tinham dó dela, falavam
mesmo. Era chamada de “gorda feia”, “balofa”, “baleia”, e assim só foi
piorando, e nessa idade as meninas já “ficavam”, mas ela não e os meninos
falavam que gostavam dela para brincar com os sentimentos dela e ela ficava
muito mal. Nas redes sociais ela era comparada com baleias, ela era marcada nas
fotos que tinham elefantes, e isso só foi piorando. Com o passar do tempo ela
não aguentava mais, e resolveu tirar sua vida. Mas antes postou um vídeo
contando sobre toda sua história, e no fim do vídeo ela se afasta da câmera
pega uns remédios e toma, e, além disso, pegou o seu cinto e se enforcou.
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