Questões FCC

 Leia o texto abaixo para responder à questão.

    Nos últimos dias, fomos bombardeados com estatísticas e reportagens alarmantes sobre pais angustiados por não poder gastar o mesmo que gastaram no ano de 2014 no dia da criança − em letras minúsculas. Não acredito em dia da criança em maiúsculas. Não há celebração da infância (ou da maternidade e paternidade) que careça de compras. Todos sabemos que são datas para movimentar o comércio e nada há de errado em aquecer a atividade econômica. Mas, no caso das crianças, que não compreendem a comercialização do afeto, é triste ver pais se desculpando por não poder comprar algo como se isto represente uma falha em demonstrar dedicação aos filhos. Falar de dinheiro com os filhos parece quase tão difícil quanto falar de sexo. 

    Num distante longo feriado, visitando uma família querida na costa oeste americana, me surpreendi com a naturalidade de uma menina de oito anos, quando perguntei: “Qual é o plano para amanhã?". “Compras", foi a resposta. A menina não me disse que precisava de um casaco de inverno ou um livro para a escola. É possível que nada lhe faltasse no momento, mas o programa seria comprar, verbo intransitivo. Minha surpresa era explicada pelo choque de cultura e geração. Crescendo no Rio de Janeiro, o verbo comprar como uma atividade, tal como ir à praia ou ao teatro, não era usado por crianças. 

    Um jornalista americano, que foi um dos inventores da cobertura sobre finanças pessoais, lançou, este ano, o livro O Oposto de Mimados: Criando Filhos Generosos, Bem Fundamentados e Inteligentes Sobre Dinheiro. Ron Lieber começou a ser emparedado pela própria filha de três anos com perguntas sobre dinheiro que o faziam engasgar. Ele se deu conta de que uma das maiores ofensas que se pode fazer a mães e pais é descrever seus filhos como mimados. O verbo é passivo. Mimados por quem? 

    Assim, não chega a surpreender que pais vejam o impedimento para comprar como um fracasso pessoal. 

    (Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. Comprar, verbo intransitivo. In: Cultura-Estadão, 12/10/2015) 

(1) Atente para as seguintes afirmações.

I. Na primeira frase do texto, as formas verbais “poder gastar" e “gastaram" têm o mesmo sujeito.

II. No segmento É possível que nada lhe faltasse no momento... (2º parágrafo), caso se substitua "nada" por "poucas coisas", o verbo "faltasse" deverá obrigatoriamente ser flexionado no plural.

III. Em Não acredito em dia da criança em maiúsculas (1º parágrafo), não se pode acrescentar uma vírgula imediatamente após “acredito", uma vez que "em dia da criança" é uma locução adverbial.

Está correto o que se afirma APENAS em: 
  a) I e II.
  b) III.
  c) II e III.
  d) II.
  e) I e III.



Leia o texto abaixo para responder à questão.

Tolerância brasileira?

    A internet vem ajudando a derrubar o mito de que nós, brasileiros, somos tolerantes às diferenças. Expressões preconceituosas predominam em postagens que revelam todo tipo de intransigência em relação ao outro, rejeitado por sua aparência, classe social, deficiência, opção política, idade, raça, religião etc.

    Num primeiro momento, parece que a internet criou uma onda de intolerância. O fato, porém, é que as redes sociais apenas amplificaram discursos existentes no nosso dia a dia. No fundo, as pessoas são as mesmas, nas ruas e nas redes.

(Adaptado de: COSTA, Bob Vieira da. Folha de S.Paulo, 3/08/2016)

(2) A oração sublinhada exerce a função de sujeito no seguinte período:

  a) Parece que o mito da tolerância já não se sustenta entre nós.
  b) A internet derrubou a crença de que somos tolerantes.
  c) As redes sociais deram vazão à intolerância que já se notava nas ruas.
  d) Uma vez disseminados, os preconceitos vão revelando nossa intolerância.
  e) Quando se acessa uma rede social depara-se com uma onda de intolerância.

 Leia o texto abaixo para responder à questão.

Não há dúvida de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências ao fazer uso dos meios de comunicação: querem se divertir ou se distrair, querem se informar ou tomar parte em debates públicos. (início do texto). 

(3) Considerando o trecho acima, é INCORRETO afirmar: 

  a) A oração principal do período é Não há dúvida.
  b) A oração subordinada de que leitores, ouvintes e espectadores seguem suas preferências tem função sintática de objeto indireto.
  c) As orações que se seguem aos dois-pontos constituem um conjunto de quatro orações coordenadas, formando dois grupos de orações de sentido alternativo.
  d) A oração ao fazer uso dos meios de comunicação denota noção de tempo, sendo equivalente a quando fazem uso.
  e) O sujeito de querem – verbo repetido nas orações após os dois-pontos – está anteriormente expresso numa das orações subordinadas do período.


Gabarito: (1A) (2A) (3C)

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