Aula de Literatura


  1. Linguagem literária
  2. Elementos da narrativa
  3. Origem da literatura: literatura grega
  4. Tragédia e Comédia
  5. Conceitos gerais de poesia
  6. Tovadorismo
  7. Humanismo


LINGUAGEM LITERÁRIA

→ Linguagem literária: pode ser encontrada na prosa, em narrativas de ficção, na crônica, no conto, na novela, no romance e também em verso, no caso dos poemas. Apresenta características como a variabilidade, a complexidade, a conotação, a multissignificação e a liberdade de criação. A Literatura deve ser compreendida como arte e, como tal, não possui compromisso com a objetividade e com a transparência na emissão de ideias. A linguagem literária faz da linguagem um objeto estético, e não meramente linguístico, ao qual podemos inferir significados de acordo com nossas singularidades e perspectivas. É comum na linguagem literária o emprego da conotação, de figuras de linguagem e figuras de construção, além da subversão à gramática normativa.

→ Linguagem não literária: pode ser encontrada em notícias, artigos jornalísticos, textos didáticos, verbetes de dicionários e enciclopédias, propagandas publicitárias, textos científicos, receitas culinárias, manuais, entre outros gêneros textuais que privilegiem o emprego de uma linguagem objetiva, clara e concisa. Considerados esses aspectos, a informação será repassada de maneira a evitar possíveis entraves para a compreensão da mensagem. No discurso não literário, as convenções prescritas na gramática normativa são adotadas.

A linguagem nada mais é do que a expressão do pensamento por meio de palavras, sinais visuais ou fonéticos, através dos quais conseguimos estabelecer a comunicação. Compreender os aspectos presentes em cada uma das linguagens é fundamental para a melhor compreensão dos diferentes tipos de discurso que produzimos e aos quais estamos expostos em diferentes situações comunicacionais.

FONTE


1) Sobre a linguagem não literária é correto afirmar, exceto:

a) É utilizada, sobretudo, em textos cujo caráter seja essencialmente informativo.

b) Sua principal característica é a objetividade.

c) Utiliza recursos como a conotação para conferir às palavras sentidos mais amplos do que elas realmente possuem.

d) Utiliza a linguagem denotativa para expressar o real significado das palavras, sem metáforas ou preocupações artísticas.

2) Leia os textos abaixo para responder à questão:

(Texto 1) Descuidar do lixo é sujeira

Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de uma das filiais do McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam deixando os restos espalhados pelo calçadão. (Veja São Paulo, 23-29/12/92)

(Texto 2) O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

(Manuel Bandeira. Em Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: J. Olympio/MEC, 1971, p.145)

I. No primeiro texto, publicado por uma revista, a linguagem predominante é a literária, pois sua principal função é informar o leitor sobre os transtornos causados pelos detritos.

II. No segundo texto, do escritor Manuel Bandeira, a linguagem não literária é predominante, pois o poeta faz uso de uma linguagem objetiva para informar o leitor.

III. No texto “Descuidar do lixo é sujeira”, a intenção é informar sobre o lixo que diariamente é depositado nas calçadas através de uma linguagem objetiva e concisa, marca dos textos não literários.

IV. O texto “O bicho” é construído em versos e estrofes e apresenta uma linguagem plurissignificativa, isto é, permeada por metáforas e simbologias, traços determinantes da linguagem literária.

Estão corretas as proposições:

a) I, III e IV.

b) III e IV.

c) I, II, III e IV.

d) I e IV.

e) II, III e IV.

GABARITO

1) Alternativa “c”. Na linguagem não literária não há espaço para a linguagem figurada presente em metáforas, pois sua principal função é transmitir uma mensagem de maneira objetiva.
2) b


ELEMENTOS DA NARRATIVA

Os elementos que compõem a narrativa são:

- Foco narrativo (1º e 3º pessoa);
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante);
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador).
- Tempo (cronológico e psicológico);
- Espaço
- Enredo
- Complicação
- Clímax
- Desfecho

Tempo cronológico é o contado no relógio, horas, dias , anos, numa ordem linear de tempo. Uma sequência em sentido horário.
Exemplo: Hoje, acordei, tomei café e me vesti para ir trabalhar. Como peguei um engarrafamento enorme, terminei chegando atrasada.

Tempo psicológico, é "mental" , não segue uma ordem linear, sequêncial.
Exemplo: Estive relembrando os tempos em que corria descalça na terra batida do quintal da casa grande no sítio da minha vó. Senti por alguns instantes o cheiro de terra molhada quando chovia... A memória nos faz reviver tempos que jamais voltarão.

Resumo: 
Tempo cronológico = seguindo o relógio, o calendário... sempre para a frente. Presente e futuro (mesmo que comece a narrativa em 1980, por exemplo, daí só poderá ir para frente, como  no  relógio).

Tempo psicológico = seguindo o pensamento, podendo voltar no tempo, nas lembraças... Pode ficar viajando entre o passado, presente e futuro.(pode começar em 1980, vir para 2009, voltar para 1730), e pode ficar dando "piruetas" no tempo, sem preocupação com o relógio ou com o calendário.


O verde

Estranha é a cabeça das pessoas.

Uma vez, em São Paulo, morei numa rua que era dominada por uma árvore incrível. Na época da floração, ela enchia a calçada de cores. Para usar um lugar-comum, ficava sobre o passeio um verdadeiro tapete de flores; esquecíamos o cinza que nos envolvia e vinha do asfalto, do concreto, do cimento, os elementos característicos desta cidade. Percebi certo dia que a árvore começava a morrer. Secava lentamente, até que amanheceu inerte, sem folha. É um ciclo, ela renascerá, comentávamos no bar ou na padaria. Não voltou. Pedi ao Instituto Botânico que analisasse a árvore, e o técnico concluiu: fora envenenada. Surpresos, nós, os moradores da rua, que tínhamos na árvore um verdadeiro símbolo, começamos a nos lembrar de uma vizinha de meia-idade que todas as manhãs estava ao pé da árvore com um regador. Cheios de suspeitas, fomos até ela, indagamos, e ela respondeu com calma, os olhos brilhando, agressivos e irritados:

— Matei mesmo essa maldita árvore.

— Por quê?

— Porque na época da flor ela sujava minha calçada, eu vivia varrendo essas flores desgraçadas.

1) Identifique, no texto , os elementos da narrativa abaixo:

a) Narrador:
b) Espaço:
c) Enredo:
d) Clímax:
e) Desfecho:
f) Tempo:



GABARITO


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a) narrador-personagem
b) rua, calçada
c) Uma árvore que enchia a rua de vida, mas que, de repente, parou de florescer.
d) Os vizinhos foram atrás de uma senhora suspeita de envenenar a árvore.
e) A senhora matou a árvore por motivo fútil.
f) Tempo cronológico





Origem da literatura: literatura grega

Primeira a surgir na Europa, a literatura grega lançou os alicerces de quase todos os gêneros literários. Assimilados pelos romanos, os grandes escritores gregos da antiguidade, junto com os clássicos latinos, passaram a ser considerados modelos universais, e deles provém certamente toda a tradição literária ocidental.

Distribuída em três grandes períodos -- o da antiguidade, o bizantino e o moderno -- a literatura grega abordou todos os grandes mitos e temas cruciais da humanidade. Serviu de referência não apenas à literatura universal como a atividades e correntes científicas e artísticas modernas, como o cinema, a psicanálise e a educação. 

Antiguidade

A literatura grega da antiguidade é a que se desenvolveu desde que começou a difundir-se o emprego da escrita, por volta do século VIII a.C. Período da maior importância para a história das letras ocidentais, divide-se nas épocas arcaica (até o fim do século VI a.C.), clássica (séculos V e IV a.C.), e helenística e greco-romana (a partir do século III a.C.).

Época arcaica. Antes mesmo de utilizarem a escrita para fins literários, os gregos já faziam poesia para ser cantada ou recitada. Seus temas eram os mitos, em parte lendários, baseados na memória difusa de eventos históricos, além de um pouco de folclore e de especulação religiosa primitiva. Os mitos, porém, não se vinculavam a qualquer dogma religioso e, embora muitos fossem deuses ou grandes heróis mortais, não eram autoritários e podiam ter seu perfil alterado por um poeta que desejasse expressar novos conceitos. Os mitos são histórias fantásticas de transmissão oral, cujos protagonistas são deuses, semideuses, seres sobrenaturais e heróis que representam simbolicamente fenômenos da natureza, fatos históricos ou aspectos da condição humana; fábula, lenda, mitologia.

A esse estágio inicial, denominado época arcaica, pertencem os épicos atribuídos a Homero, a Ilíada e a Odisseia, que recontam histórias entremeadas de mitos da época micênica. 

Os vários tipos de poesia lírica grega surgiram no período arcaico.

A tragédia e a comédia se originaram na Grécia. Acredita-se que havia coros "trágicos" na Grécia dórica por volta de 600 a.C.. Também a comédia se originou na Grécia dórica e se desenvolveu na Ática. 

Época clássica. Quase todos os gêneros literários atingiram seu ponto máximo no período clássico, com as tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípides, a comédia de Aristófanes e a lírica coral de Píndaro. 

As obras de Platão e Aristóteles, que datam do século IV, são os mais importantes produtos da cultura grega na história intelectual do Ocidente. Esses pensadores firmaram as bases da filosofia ocidental e determinaram a evolução do pensamento europeu ao longo de séculos. 


Gêneros 

Poesia épica. No início da literatura grega se situam duas grandes epopéias, a Ilíada e a Odisséia.  Estes são os primeiros exemplos de poema épico -- na antiguidade, era um longo poema narrativo, de estilo nobre, que celebrava conquistas heroicas. 

A poesia didática como o nome mesmo diz, é aquela que visa a ensinar, tendo por objeto a ciência, a moral e as artes. Exemplo deste gênero são a Teogonia de Hesíodo, tratado sobre teologia pagã; as Epístolas de Horácio, e as Geórgicas de Vergílio, que ensinam a arte da agricultura.

Poesia lírica. A palavra "lírica" abrange muitos tipos de poemas. Aqueles cantados por indivíduos ou coros acompanhados de lira, ou às vezes flauta, eram chamados mélicos. 

Tragédia e comédia. As tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus bocados. Apresentava como principais características o terror e a piedade que despertava no público. Para os autores clássicos, era o mais nobre dos gêneros literários. As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida.


TROVADORISMO


O Trovadorismo foi um movimento literário que surgiu na Idade Média no século XI, na região da Provença (sul da França). Ele se espalhou por toda a Europa e teve seu declínio no século XIV, quando começou o humanismo.

Contexto Histórico
A Idade Média foi um longo período da história que esteve marcado por uma sociedade religiosa. Nele, a Igreja Católica dominava inteiramente a Europa.

Nesse contexto, o teocentrismo (Deus no centro do mundo) foi sua principal característica. Sendo assim, o homem ocupava um lugar secundário e estava à merce dos valores cristãos.

Dessa maneira, a igreja medieval era a instituição social mais importante e a maior representante da fé cristã. Ela que ditava os valores e assim, agia diretamente no comportamento e no pensamento do homem.

Esse sistema, chamado de feudal, estava baseado numa sociedade rural e autossuficiente. Nele, o camponês vivia miseravelmente e a propriedade de terra dava liberdade e poder. Naquele momento, somente as pessoas da Igreja sabiam ler e tinham acesso à educação.

Trovadorismo em Portugal
Na Península Ibérica, o centro irradiador do Trovadorismo foi na região que compreende o norte de Portugal e a Galiza.

Assim, a Catedral de Santiago de Compostela, centro de peregrinação religiosa, desde o século XI, atraía multidões. Ali, as cantigas trovadorescas eram cantadas em galego-português, língua falada na região.

Os trovadores provençais eram considerados os melhores da época, e seu estilo foi imitado em toda a parte.

O Trovadorismo português teve seu apogeu nos séculos XII e XIII, entrando em declínio no século XIV.

O rei D. Dinis (1261-1325) foi um grande incentivador que prestigiou a produção poética em sua corte. Foi ele próprio um dos mais talentosos trovadores medievais com uma produção de 140 cantigas líricas e satíricas aproximadamente.

Além dele, outros trovadores obtiverem grande destaque: Paio Soares de Taveirós, João Soares Paiva, João Garcia de Guilhade e Martim Codax.

Nessa época, as poesias eram feitas para serem cantadas ao som de instrumentos musicais. Geralmente, eram acompanhadas por flauta, viola, alaúde, e daí o nome “cantigas”.

O cantor dessas composições era chamado de "jogral" e o autor era o "trovador". Já o "menestrel", era considerado superior ao jogral por ter mais instrução e habilidade artística, pois sabia tocar e cantar.

Saiba mais sobre as Características do Trovadorismo.

A Produção Literária em Portugal
A literatura medieval portuguesa é dividida em dois períodos:

Primeira Época (1198 a 1418)
​O ano de 1189 (ou 1198) é considerado o marco inicial da literatura portuguesa.

Essa é a data provável da primeira composição literária conhecida “Cantiga da Ribeirinha” ou “Cantiga de Guarvaia”. Ela foi escrita pelo trovador Paio Soares da Taveirós e dedicada a dona Maria Pais Ribeiro.

Em 1418, Fernão Lopes é nomeado chefe dos arquivos do Estado (guarda-mor da Torre do Tombo) e suas crônicas históricas tornaram-se marcos do Humanismo em Portugal

Segunda Época (1418 a 1527)
Em 1527, o escritor Sá de Miranda introduz as ideias do Classicismo em Portugal, inaugurando um novo estilo literário.

(Mackenzie - 2005)

1) Assinale a afirmativa correta com relação ao Trovadorismo.


a) Um dos temas mais explorados por esse estilo de época é a exaltação do amor sensual entre nobres e mulheres camponesas.

b) Desenvolveu-se especialmente no século XV e refletiu a transição da cultura teocêntrica para a cultura antropocêntrica.

c) Devido ao grande prestígio que teve durante toda a Idade Média, foi recuperado pelos poetas da Renascença, época em que alcançou níveis estéticos insuperáveis.

d) Valorizou recursos formais que tiveram não apenas a função de produzir efeito musical, como também a função de facilitar a memorização, já que as composições eram transmitidas oralmente.

e) Tanto no plano temático como no plano expressivo, esse estilo de época absorveu a influência dos padrões estéticos greco-romanos

(Mackenzie – SP)

2) Assinale a alternativa incorreta a respeito do Trovadorismo em Portugal.

a) Durante o Trovadorismo, ocorreu a separação entre poesia e a música.

b) Muitas cantigas trovadorescas foram reunidas em livros ou coletâneas que receberam o nome de cancioneiros.

c) Nas cantigas de amor, há o reflexo do relacionamento entre o senhor e vassalo na sociedade feudal: distância e extrema submissão.

d) Nas cantigas de amigo, o trovador escreve o poema do ponto de vista feminino.

e) A influência dos trovadores provençais é nítida nas cantigas de amor galego-portuguesas.

3) Sobre as principais características do Trovadorismo, estão corretas:

I. Primeiro movimento literário da língua portuguesa, o Trovadorismo surgiu em um período no qual a escrita era pouco difundida, por esse motivo, os poetas transmitiam suas poesias oralmente, na maioria das vezes cantando-as.
II. Foi marcado pela transição do mundo medieval para o mundo moderno, conduzindo as artes ao Renascimento cultural. Na literatura, deu-se a consolidação da prosa historiográfica, do teatro e da poesia palaciana.
III. Os primeiros textos da literatura portuguesa receberam o nome de cantigas, tradicionalmente divididas em cantigas de amor, de amigo, escárnio e maldizer, representadas por nomes como Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes, entre outros.
IV. Inspirado na cultura clássica greco-latina, o Trovadorismo foi marcado pela introdução de novos gêneros literários, entre eles os romances de cavalaria e a literatura de viagens. 
V. Os poetas do Trovadorismo pertenciam à nobreza ou ao clero e, além da letra, criavam também a música das composições que executavam para o seleto público das cortes.
a) III e IV.
b) I, II e V.
c) III, IV e V.
d) I, III e V.
e) III e IV.

04. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:

a) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida.

b) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambiguidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.

c) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram frequentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar.

d) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade.



gabarito


1) Alternativa “d”. A poesia trovadoresca é indissociável da música e sua transmissão era sobretudo oral, embora houvesse também registro escrito das cantigas.

2) Alternativa “a”. Os textos escritos durante o Trovadorismo ficaram conhecidos como cantigas porque eram difundidos oralmente e, sobretudo, porque eram sempre cantados e acompanhados de instrumentos musicais.

3) Alternativa “d”.   (II. Humanismo. IV. Renascimento.)

4) a

Cantigas de amor

Nas chamadas cantigas de amor, impera o tema do amor cortês, isto é, o modo de amar do cortesão, daquele que vivia na corte.

Entre a dama e o cavaleiro, estabelece-se uma relação equivalente à que existia na vida política. A mulher é vista como suserano e o poeta, como vassalo. O cavaleiro se dedica de corpo e alma ao culto da amada, que mantém sempre um comportamento altivo, distante do pretendente.

O amor é chamado de cortês ou cavalheiresco, porque coube aos cavaleiros, que formavam a nobreza militar, criar uma nova visão de mundo, que vem a ser a cortesia. Os cavaleiros deveriam se comportar como um cavalheiro, segundo regras rígidas de comportamento, diferenciando-se, desse modo, da plebe.


Cantigas de amigo
As cantigas de amigo abordam o universo da cultura popular rural. “Amigo” significa, no contexto das cantigas, “amante” ou “namorado”. Quem fala é uma mulher do povo, que lamenta a ausência de seu amado. Quanto à forma, elas apresentam uma riqueza superior às cantigas de amor.

Apesar de a voz lírica do poema ser feminina, o trovador que escreve os versos é sempre um homem, o que faz com que apareça, nos poemas, a ideia masculina sobre a saudade e o amor, temas das cantigas de amigo.

Apesar de aparecer o sentimento de saudade, o tom das cantigas é de felicidade, porque, afinal, o amor de que se fala, apesar de distante, é real.

O espaço do campo retratado nessas cantigas tem grande importância, já que a natureza é retratada de maneira a se perceber uma grande intimidade com ela, como se as águas dos rios, os pássaros, as flores, a luz do dia estivessem ligados por afinidade mágica com as pessoas.


A Cantiga de escárnio é a sátira indireta, sutil, irônica, sarcástica, evitando-se citar o nome da pessoa-alvo da zombaria. 

A cantiga de maldizer é a sátira direta, desbocada, vulgar, grosseira, chula, por vezes obscena ou pornográfica, chegando a citar o nome da pessoa-alvo da sátira. No exemplo abaixo, o autor faz uma depreciação à imagem de um trovador, considerando-o literariam
Para facilitar o entendimento, façamos a comparação a seguir.

Cantiga de escárnio

sátira indireta
procura não revelar o nome da pessoa satirizada
crítica irônica
Cantiga de maldizer

sátira direta
revela o nome da pessoa satirizada
crítica grosseira

HUMANISMO

O Humanismo é o nome dado a uma corrente filosófica e artística que surgiu no século XV na Europa.

Na literatura, ele representou o período de transição (escola literária) entre o Trovadorismo e o Classicismo, bem como da Idade Média para a Idade Moderna.

Note que o termo “Humanismo” abriga diversas concepções. No geral, corresponde ao conjunto de valores filosóficos, morais e estéticos que focam no ser humano, daí surge seu nome. 

Trata-se de uma ciência que permitiu ao homem compreender melhor o mundo e o próprio ser. Isso ocorreu durante o período do Renascimento Cultural.

As principais características do Humanismo são:

Racionalidade
Antropocentrismo
Cientificismo
Modelo Clássico
Valorização do corpo humano e das emoções
Busca da beleza e perfeição


01. Sobre o Humanismo, identifique a alternativa falsa:

a) Em sentido amplo, designa a atitude de valorização do homem, de seus atributos e realizações.
b) Configura-se na máxima de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas”.
c) Rejeita a noção do homem regido por leis sobrenaturais e opõe-se ao misticismo.
d) Designa tanto uma atitude filosófica intemporal quanto um período especifico da evolução da cultura ocidental.
e) Fundamenta-se na noção bíblica de que o homem é pó e ao pó retornará, e de que só a transcendência liberta o homem de seu insignificância terrena.

02. Ainda sobre o Humanismo, assinale a afirmação incorreta:

a) Associa-se à noção de antropocentrismo e representou a base filosófica e cultural do Renascimento.
b) Teve como centro irradiador a Itália e como precursor Dante Alighieri, Boccaccio e Petrarca.
c) Denomina-se também Pré-Renascentismo, ou Quatrocentismo, e corresponde ao século XV.
d) Representa o apogeu da cultura provençal que se irradia da França para os demais países, por meio dos trovadores e jograis.
e) Retorna os clássicos da Antiguidade greco-latina como modelos de Verdade, Beleza e Perfeição.


GABARITO



1E
2D

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